O Secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, chegou ao Brasil na noite desta terça-feira (20) para um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), marcado para esta quarta (21). A agenda do norte-americano também inclui participação em reuniões do G20, que congrega as principais economias globais.
Nesta primeira visita ao Brasil como Secretário de Estado, Blinken discutirá questões bilaterais e globais com Lula, enfatizando o apoio dos EUA à presidência do Brasil no G20 e à parceria entre os dois países nas áreas de direitos trabalhistas e transição energética.
Após os compromissos em Brasília e no Rio de Janeiro, Blinken seguirá para a Argentina, onde se encontrará com o presidente Javier Milei. Serão abordadas questões relacionadas ao crescimento econômico sustentável, democracia, direitos humanos e comércio que beneficiam ambos os países.
O G20, estabelecido na década de 1990, reúne as principais economias do mundo, responsáveis por mais de 80% da economia global, para deliberar sobre iniciativas econômicas, políticas e sociais em reuniões anuais.
Departamento de Estado dos EUA discorda de comentário de Lula
O porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Mathew Miller, afirmou nesta terça (20) que os EUA discordam do comentário de Lula que comparou a guerra contra os terroristas do Hamas ao Holocausto judeu. Segundo Miller, Blinken vai informar essa posição a Lula na reunião desta quarta (21).
“Obviamente, nós discordamos desse comentário [de Lula]. Fomos bem claros em dizer que não acreditamos que um genocídio ocorreu em Gaza. Queremos ver o conflito terminar quanto antes. Queremos ver a assistência humanitária aumentar de forma sustentada para os civis inocentes de Gaza, mas não concordamos com aqueles comentários”, disse.
A declaração de Lula foi dada durante entrevista coletiva realizada no último domingo (18), depois da participação do presidente na 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, em Adis Abeba, capital da Etiópia.
“O que está acontecendo na Faixa de Gaza, com o povo palestino, não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler decidiu matar os judeus”, afirmou o petista na ocasião.