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segunda-feira, novembro 25, 2024

Adrenalina pura: Jake Gyllenhaal estrela thriller explosivo no Prime Video que vai te deixar sem fôlego

“Ambulância — Um Dia de Crime”, no Prime Video, é decerto um dos filmes mais absurdos que o cinema já produziu. A história de um ex-fuzileiro que serviu no Afeganistão e agora tem de se conformar em ver a esposa morrer de um câncer raro, dependendo de uma pequena fortuna para um tratamento experimental, veio à luz em “Ambulância” (2005), do dinamarquês Laurits Munch-Petersen; Hollywood, claro, tratou de aplicar boas camadas de tecnologia, com o uso de drones e carros de luxo voando pelos ares, e nas mãos seguras de Michael Bay, o filme de dezessete anos antes virou uma superprodução, sem que se tenha perdido nada do dilema moral que brilha no fundo.

Junto com Lars Andreas Pedersen e Chris Fedak, Munch-Petersen, ainda que não pareça, concentra-se na vida íntima dos vários personagens, e cada um deles esconde um sofrimento, que se revela entre uma e outra das sequências em disparada, em particular depois do evento que dá azo ao longa e põe cara a cara dois irmãos unidos por um passado de mágoas, um acerto de contas sangrento ao cabo de uma decisão equivocada.

Se no filme de 2005 era uma mãe desenganada quem urgia por atendimento médico num hospital de ponta, aqui é Amy, a mulher com quem Will Sharp está casado há alguns anos e com quem tem um filho pequeno. Ainda que não apareça tanto, Moses Ingram dá o tom, mormente no prólogo, da agonia de Will, um veterano de guerra desamparado de todo, lutando contra o sentimento de impotência e de ter sido usado enquanto era útil e agora estar largado à própria sorte, sem emprego e assistindo à decrepitude de sua companheira.

Bay situa o público no tormento do casal por meio de uma cena em que o ex-soldado tenta negociar com um trio de supervisoras do plano de saúde de Amy um prazo maior para quitar as dívidas por consultas passadas e ter direito a voltar a recorrer aos profissionais que atendem-na. Ele menciona que uma cirurgia a respeito da qual não se conhece o bastante, mas que pode ser o último recurso para uma possível remissão da doença, custa 231 mil dólares e ele, por óbvio, não tem nem perto disso. É aí que, embora não desejasse, acaba recorrendo a Danny, o irmão picareta cuja família o adotara, hoje sócio numa revenda de carros importados clandestina.

A partir de então, Yahya Abdul-Mateen II e Jake Gyllenhaal são inseparáveis até o final. Depois de alguma hesitação, Will aceita a proposta de Danny e concorda em participar do assalto ao banco mais bem-frequentado de Los Angeles, passando a mão nas gordas reservas de milionários do cinema e operadores do mercado financeiro. Logo no início, nota-se que são palpáveis as chances de tudo fazer água muito antes do que eles imaginam.

Primeiro uma senhora entra no elevador onde está a quadrilha a milésimos da porta se fechar; já no banco, com funcionários e clientes rendidos no chão, Zach, o policial vivido por Jackson White, suspeita de uma movimentação estranha na agência, bate à porta e Danny lhe diz que está tudo bem, que a unidade fora fechada porque há um correntista premium realizando uma grande transferência.

Zach entra assim mesmo e aproveita para convidar para um encontro Kim Daniels, a caixa de um dos guichês com quem mantinha um flerte platônico há algum tempo. Uma solução perspicaz do texto de Munch-Petersen, Pedersen e Fedak coloca tambem a personagem de Kayli Tran no enredo para a seguir chutar o balde de vez e fazer com que comece um tiroteio que acende a luz vermelha para todos os carros de patrulha da vizinhança, a começar por Mark, o parceiro de Zach vivido por Cedric Sanders, que também aciona a SWAT.

A perseguição a Danny e Will depois que o bando é dizimado por snipers e agentes do esquadrão de elite da polícia os leva ao estacionamento de um prédio alguns quarteirões adiante, quando, já tomados pela exaustão e acuados, alvejam o motorista da ambulância do título e conseguem sair, apesar da revista policial de que escapam, Will se passando pelo verdadeiro condutor do veículo e Danny escondido sabe Deus onde — esse detalhe é de fato difícil de engolir —, levando Zach, que também fora baleado pelo personagem de Abdul-Mateen e uma bela socorrista que fica com eles até o desfecho.

Cam Thompson, o anjo da guarda de Zach, faz um balanço muito atribulado de sua vida até ali, com Eiza González cada vez mais madura desde “Eu Me Importo” (2020), de J Blakeson. Os enquadramentos conseguidos pelas microaeronaves muito bem-manobradas por Bay são garantia de entretenimento para quem não abre mão dessas pirotecnias, mas o núcleo dos policiais old school, liderados pelo capitão Monroe, de Garret Dillahunt, não deixa pedra sobre pedra. Exatamente como um filme dessa natureza tem que ser.


Filme: Ambulância — Um Dia de Crime
Direção: Michael Bay
Ano: 2022
Gêneros: Ação/Thriller
Nota: 8/10

Fonte: R7 – Cinema

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