O ano de 2023 foi marcado por graves consequências ambientais e climáticas no Brasil, com as pastagens emergindo como as áreas mais prejudicadas. De acordo com dados do Monitor do Fogo, uma colaboração entre o MapBiomas Fogo e o IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), cerca de 28% de toda a área queimada no país correspondia a pastagens, totalizando 4,8 milhões de hectares — uma extensão superior à área territorial da Dinamarca.
Outros ecossistemas também sofreram consideravelmente com os incêndios, com campos, formações savânicas e florestas contribuindo conjuntamente com 52% de toda a área queimada no Brasil, equivalente a cerca de 9 milhões de hectares.
Ane Alencar, diretora de ciência do IPAM e coordenadora do MapBiomas Fogo, destaca a importância crucial de um manejo controlado e responsável do fogo, especialmente, em áreas de pastagens, a fim de evitar incêndios florestais descontrolados.
Ela enfatiza a necessidade de cumprir a legislação ambiental e usar o fogo de forma criteriosa, mesmo em áreas destinadas à pecuária, para evitar impactos ambientais ainda mais severos.
Influência das condições climáticas
O aumento no número de queimadas foi fortemente influenciado por condições climáticas adversas, como a seca e as altas temperaturas, principalmente, nos meses de setembro, outubro e novembro.
Durante esse período, houve um aumento significativo na área queimada em todo o país, com a Amazônia e o Cerrado sendo os biomas mais afetados, totalizando 91% das queimadas registradas.
O Pará foi particularmente impactado, com um aumento de 39% no número de queimadas em comparação com o ano anterior, seguido pelo Maranhão e por Roraima.