O cientista político Antonio Lavareda trouxe à tona uma perspectiva interessante sobre as eleições municipais de 2024. Segundo ele, o segundo turno pode desencadear um processo de politização em nível nacional, algo que tem sido observado ao longo de eleições passadas.
Lavareda destaca que essa dinâmica não é nova e que, historicamente, as eleições municipais têm variado em termos de nacionalização. O diferencial agora é o possível impacto ampliado, já que aproximadamente 100 cidades, pela primeira vez, poderão vivenciar o segundo turno, superando os 200 mil eleitores.
O cientista político ressalta que o segundo turno nas eleições municipais pode ter um efeito semelhante ao que é observado nas eleições majoritárias gerais para governador e presidente da República. Isso significa que as disputas municipais podem ganhar contornos mais amplos, refletindo em questões de alcance nacional.
Enquanto o primeiro turno é visto por Lavareda como uma fase de avaliação dos atuais mandatários municipais e das questões locais, ele destaca que em alguns municípios, especialmente nos grandes centros do país, podemos esperar uma politização na clave nacional, caracterizada pelo fenômeno atualmente denominado de polarização.
No entanto, o cientista político faz uma ressalva importante: essa politização nacional não será ubíqua. A maioria dos municípios brasileiros pode não vivenciar esse fenômeno, mantendo o foco nas avaliações locais e nas dinâmicas específicas de cada região.