Sargento Roger Dias morreu aos 29 anos Reprodução / Record Minas Foi sepultado em Belo Horizonte, nesta terça-feira (9), o sargento da PM (Polícia Militar) morto aos 29 anos por um criminoso agraciado pela ‘saidinha’ temporária e que não retornou ao sistema prisional após o fim do benefício. A despedida foi marcada por honrarias oficiais. Antes do velório, o corpo de Roger Dias da Cunha saiu um cortejo pela cidade, em um carro oficial do Corpo de Bombeiros, acompanhado por militares da corporação e da PM. • Clique aqui e receba as notícias do R7 no seu Whatsapp • Compartilhe esta notícia pelo WhatsApp • Compartilhe esta notícia pelo Telegram • Assine a newsletter R7 em Ponto O saguão do cemitério, na região Norte de Belo Horizonte, ficou lotado. Parentes, amigos, companheiros de trabalho, policiais militares, civis, bombeiros e guarda municipais se uniram para o adeus ao sargento Dias. Uma fila longa se formou para entrar no velório. “A gente sabe que eles sofrem muito. A polícia é totalmente desvalorizada. O risco não valia a bala e o salário. O Roger, mais que ninguém, sabia o que era a pobreza e a favela. Ele poderia ter escolhido ser bandido como outros jovens que crescem no meio que nós crescemos. Ele escolheu ser policial”, lamentou Ana Carolina Viana, amiga do militar. Além dos representantes das forças policiais, políticos e representantes de instituições acompanharam a despedida. “Dias era um grande amigo meu. Uma grande figura. Um grande policial, pai de família e filho exemplar”, comentou o desembargador Wanderley Salgado de Paiva. Leia também Ministério Público de MG quer penalizar foragidos da ‘saidinha’ com regressão de regime Desembargador defende revisão das "saidinhas" com lei em homenagem a militar morto em BH Corpo de sargento morto durante operação sai em cortejo em BH O caixão foi levado para o enterro encoberto por uma bandeira do Brasil. No caminho até a sepultura, algumas pessoas carregavam cartazes que lamentavam a morte do sargento e criticavam a saída especial temporária de presídios. “Precisamos deixar claro que a saidinha está prevista na lei de execução penal. É uma lei de 1984, concebida em momento em que não tínhamos uma escalada da violência de organizações criminosas. Há necessidade que se faça uma revisão para que possamos responder à criminalidade de acordo com o cenário ao qual ela se encontra”, defendeu o procurador Marcos Paulo de Souza Miranda, do MPMG (Ministério Público de Minas Gerais). Dentre os familiares, o militar deixou a esposa e uma filha recém-nascida. Ele atuou na Polícia Militar de Minas Gerais por quase 10 anos. Veja fotos do sepultamento do sargento Dias: A morte O militar morreu na noite de último domingo (7) depois de ficar dois dias internado e passar por cirurgias. O militar foi baleado na cabeça na última sexta-feira (5) enquanto fazia uma abordagem no bairro Novo Arãao Reis. Welbert de Souza Fagundes, que segundo a PM é o atirador, estava foragido. Ele deveria ter voltado ao presídio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, no dia 23 de novembro, depois de conseguir a saída temporária de fim de ano. O crime levantou o debate sobre a lei que, desde 1984, dá direito aos presos em regime semiaberto e com bom comportamento de saírem da prisão cinco vezes ao longo do ano. O fim do benefício é sugerido em projeto em análise no Senado. O texto já ganhou aval da Câmara dos Deputados em agosto de 2022. Veja o cortejo pelas ruas de Belo Horizonte: Fonte: R7 – Minas Gerais