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domingo, novembro 24, 2024

Fabricante de bolos e panetones, Village pede recuperação judicial

O Brasil acompanha um novo pedido de recuperação judicial. O grupo responsável pela Village, fabricante de panetones e biscoitos, e pela Cepam, padaria na zona leste paulistana, recorreu a esse mecanismo. A solicitação, nesse sentido, foi feita no último dia 23, mas só se tornou pública nesta semana.

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As dívidas do grupo somam R$ 73,4 milhões. Com sede em São Paulo, as empresas pertencem às famílias que fundaram a Cepam em 1968 e a Village em 1973.

A Village é uma das mais populares fabricantes de panetones, bolos e biscoitos do Brasil. Até 2022, a empresa também produzia ovos de Páscoa. Já a Cepam, com seus 2,5 mil m², abriga um amplo restaurante. Juntas, as empresas empregam cerca de 600 pessoas.

Por que a Village pediu recuperação judicial?

Na última terça-feira 30, o juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho, da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), pediu o relatório de fluxo de caixa e os valores das ações trabalhistas, com o prazo de entrega de 15 dias.

Na petição, a defesa da Village afirmou que a recuperação judicial é consequência da pandemia de covid-19, que comprometeu a operação da empresa desde 2020. Segundo o advogado Otto Willy Gübel, até então a empresa não dependia de empréstimos bancários para operar.

“A pandemia de covid-19 fez com que alguns empréstimos bancários tivessem que ser contraídos pelas requerentes”, afirmou o advogado. “O cenário econômico-financeiro da Cepam e da Village Cepam se agravaram vertiginosamente a ponto de ter que procurar, no mercado, o socorro necessário.”

village recuperação judicial - Na Cepam, a produção de pães franceses atinge o número de 16 mil, além de 11,2 mil produtos. Aos fins de semana, a padaria recebe aproximadamente 8 mil clientes | Foto: Reprodução/Instagram/@padocacepam
Aos fins de semana, a padaria Cepam recebe aproximadamente 8 mil clientes | Foto: Reprodução/Instagram/@padocacepam

Contudo, apesar do cenário de pandemia, a operação da Cepam se destacou no número de pedidos e de vendas. A padaria foi a única loja (sem ser franquia ou rede) que mais vendeu no aplicativo iFood em abril, maio e junho de 2020. A média de entregas por dia chegou a 1,1 mil.

A Village sentiu o baque da pandemia logo no início de 2020. Conforme a petição, a empresa de doces devolveu “centenas de milhares” de ovos de Páscoa. O prejuízo foi considerável porque, segundo o texto, a modalidade da maioria das entregas é de consignação.

Em 2019, por exemplo, a Village vendeu R$ 32 milhões só na Páscoa. Em 2020, foram R$ 16 milhões.

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Aos fins de semana, a padaria Cepam recebe aproximadamente 8 mil clientes.

Segundo a petição, a empresa também é responsável por kits de lanches de grandes hospitais, como o Albert Einstein, em São Paulo. A padaria também fornece pães de hambúrguer para a rede de lanchonetes Bob’s.

Se o tribunal deferir o pedido de recuperação judicial, as companhias terão 60 dias para apresentar o plano e todas as ações contra elas ficarão suspensas por 180 dias. A Cepam já teve um pedido de falência distribuído em 2023. Isso fez com que os credores acionassem a Justiça.

A maior padaria da América Latina

Em 1954, os amigos Germano Amaro e Antônio Diogo compraram uma pequena panificadora na Vila Zelina, zona leste de São Paulo. Por lá, trabalharam até 1968, quando deram início à criação de uma nova padaria.

O novo ponto de venda se localiza na esquina da Rua dos Ciclames com a Rua Ibitirama, na Vila Prudente, e leva o nome de Cepam. A marca é uma homenagem ao Colégio Estadual Professor Américo de Moura, que fica no Jardim Avelino, bairro ao lado da Vila Prudente. Na época da fundação do estabelecimento, porém, a escola ficava na mesma rua.

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Três anos depois, a padaria começou a produzir bolos em larga escala. Em 1973, lançaram a marca Cepam Village, para comercializar esses produtos. Foi em 1981 que o grupo ampliou o espaço e a estrutura com um restaurante, vendendo pizzas e oferecendo serviço de almoço.

Em 2006, para comportar a demanda, a empresa passou por uma reforma. O espaço que comportava 70 pessoas saltou para um ambiente com capacidade de atender 320 clientes de forma simultânea. Foi quando o empreendimento levou o selo de maior padaria de São Paulo.

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Fonte: R7 – Economia

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