Lewis Hamilton, 39, vai deixar a Mercedes em 2025 para se tornar piloto da Ferrari. O anúncio oficial foi feito nesta quinta-feira (1), um dia depois de veículos de imprensa da Itália noticiarem que um acerto estava prestes de ser concretizado.
Em um comunicado oficial, a Mercedes confirmou que Lewis vai deixar o time no final da temporada de 2024. O comunicado diz, ainda, que ele ativou a opção de liberação no contrato conforme acerto no ano passado, quando as partes assinaram um novo acordo.
Ao falar de sua saída, o piloto afirmou que teve 11 anos “incríveis” com a equipe e está “muito orgulhoso” de tudo o que eles conquistaram juntos.
“Mas é o momento certo para dar esse passo e estou animado para assumir um novo desafio”, afirmou o inglês. “Serei eternamente grato pelo incrível apoio da minha família Mercedes, especialmente do Toto por sua amizade e liderança e quero terminar juntos em alta. Estou 100% comprometido em entregar o melhor desempenho possível nesta temporada e fazer do meu último ano com os Silver Arrows inesquecível.”
Toto Wolff, chefe da equipe, declarou que “Lewis sempre será uma parte importante da história do automobilismo da Mercedes” e que ele sabia que “a parceria [entre eles] chegaria ao fim naturalmente em algum momento e esse dia chegou.”
Em um comunicado divulgado no X, antigo Twitter, a Ferrari também confirmou a chegada do piloto para a próxima temporada. “A Scuderia Ferrari tem o prazer de anunciar que Lewis Hamilton se juntará à equipe em 2025, com um contrato plurianual”, escreveu a escuderia.
Recordista de títulos na F1 ao lado do alemão Michael Schumacher, com sete troféus, o Hamilton vai se juntar à escuderia mais vencedora da história da categoria, com 16 títulos de construtores e 15 de pilotos.
Juntos, Hamilton e Ferrari vão trabalhar para ampliar essas marcas e dar fim a jejuns que os incomodam. Enquanto o piloto não vence uma corrida há duas temporadas, em seu período de maior seca, a equipe não conquista um campeonato desde 2008, quando ficou com o troféu de construtores -apesar de o campeão mundial ter sido o próprio Hamilton, ainda pela McLaren.
O último piloto a vencer uma temporada pela Ferrari foi o finlandês Kimi Raikkonen, em 2007.
Contratar Hamilton era um sonho almejado pelo CEO da equipe italiana, o ítalo-americano John Elkann. Ele é amigo do britânico há alguns anos, e a relação alimentava os rumores sobre uma contratação.
Para Hamilton, trata-se de um grande passo em sua tentativa de ganhar o oitavo campeonato de pilotos depois de perder, de forma polêmica, o título de 2021 para Max Verstappen.
A mudança mostra fé no crescimento da Ferrari, que terminou três pontos atrás da Mercedes no campeonato do ano passado. Porém a equipe italiana foi a única a impedir um domínio quase absoluto da Red Bull, com uma vitória de Carlos Sainz no GP de Abu Dhabi -as outras 21 etapas foram vencidas pela escuderia austríaca, com 19 triunfos de Verstappen e dois de Sergio Pérez.
Sainz, no entanto, é quem vai perder seu lugar para Hamilton, já que a Ferrari renovou o contrato de Charles Leclerc até 2029.
Hamilton venceu seis de seus sete campeonatos mundiais desde que ingressou na Mercedes, em 2013, ajudando a construir uma das equipes mais dominantes da história da F1. Foram oito títulos consecutivos de construtores entre 2014 e 2021.
Mas a escuderia passou por uma crise nas últimas duas temporadas, lutando para igualar a forma da dominante Red Bull. A última vitória de Hamilton ocorreu em dezembro de 2021. O inglês, que vinha registrando ao menos um triunfo por temporada desde 2007, passou dois campeonatos em branco.
A Mercedes estabeleceu um forte vínculo com Hamilton ao longo de sua carreira na F1, trabalhando junto com ele em muitas iniciativas de caridade fora das pistas, sobretudo para melhorar a diversidade e a representação no automobilismo.
Em 2019, o diretor da Mercedes, Toto Wolff, disse que Hamilton e a Mercedes haviam discutido a possibilidade de o piloto um dia correr pela Ferrari e que essa mudança não seria um drama.
Sem Hamilton, a equipe terá de encontrar um novo nome para fazer parceria com o também inglês George Russell.
A temporada 2024 da F1 começa no próximo dia 2 de março, quando será disputado o GP do Bahrein. Este ano, o calendário prevê 24 etapas, um recorde da história da categoria.