Slash toca bem perto de seus fãs em show lotado em São Paulo Odair Braz Junior/R7 – 31.01.2024 O homem da cartola e óculos escuros atacou com força total na noite desta quarta-feira (1), em São Paulo, num show com som altíssimo, toneladas de hard rock clássico e fez a festa dos fãs que enfrentaram a chuva para chegar ao local. Slash, pelos relatos da imprensa, não lotou sua apresentação em Belo Horizonte, no dia 29, e parecia que também não esgotaria os ingressos na capital paulista. Mas quem apostou nisso errou feio, porque o Espaço Unimed, na Barra Funda, estava lotado até a tampa, com muitos cabeludos com camisetas do Guns N’Roses. E a primeira conclusão a que se chega é que o show de Slash — que faz esta turnê solo enquanto o Guns está de férias — junto com Myles Kennedy and the Conspirators foi bem mais legal e divertido do que a última apresentação que sua outra banda fez em São Paulo no fim de 2022. E o guitarrista dá a impressão de também se divertir bastante. Não que também não seja feliz ao lado de Axl e cia., mas aqui ele parece mais solto, bem mais leve. Antes do show começar toca a música tema do filme O Enigma de Outro Mundo (The Thing), de 1982. Já criando um climão. A banda entra no palco — sem vídeos ou pirotecnias — e inicia a apresentação com The River Is Rising, do álbum 4, lançado por Slash em 2022. Muita gente canta junto, o que deixa claro que há fãs do guitarrista ali, não só necessariamente do Guns. Com um som muito alto — quase ensurdecedor — os músicos dão o tom do que viria pela frente. O show parece muito com o Guns N’Roses do começo, quando tocava em bares pequenos em Los Angeles e com som em altíssimo volume. A banda faz um passeio pela discografia solo do guitarrista com músicas como Driving Rain, Halo, Apocalyptc Love e com Slash trocando de guitarras constantemente. Usou cinco instrumentos diferentes ao longo do show. Os fãs foram ficando cada vez mais empolgados e prestavam muita atenção nos passos do Gunner sobre o palco que enfileirou solo atrás de solo pra ninguém reclamar. Ao final de Back From Cali, do disco solo de Slash (de 2010), foi todo mundo ovacionado. Slash junto de Myles Kennedy and the Conspirators Odair Braz Junior/R7 – 31.02.2024 Myles Kennedy e os Conspirators também brilharam no show, mostrando bastante energia e — obviamente — alguns clichês do hard rock, especialmente com o baixista Todd Kerns, que é a incorporação do músico deste gênero. O típico roqueiro de Los Angeles. Myles e seus companheiros mandam bem, mas deixam claro que o show é do Slash. Assim, abrem espaço para ele, que corresponde tocando incrivelmente bem, cheio de técnica, garra e carisma. Apesar de não ter falado uma palavra com o público até quase o fim da apresentação. Nem precisava mesmo. Um dos destaques da noite foi Always on the Run, canção lançada por Lenny Kravitz e que foi composta em parceria com Slash. Cantada por Todd Kerns, a música foi muito bem recebida pelos fãs. Outra surpresa, também com Kerns nos vocais, foi Don’t Damn Me, do Guns N’Roses e que é uma das quatro canções de seu repertório jamais tocadas ao vivo. Um presentinho bacana para o público. Veio a baladona Starlight, com luzes dos celulares acesas, e, na sequência foi a vez de Wicked Stone. Neste momento, Slash foi para o lado esquerdo do palco e, muito próximo dos fãs, fez um solo de uns 10 minutos. Muitas vezes esse tipo de coisa pode ser chata para quem assiste, mas o guitarrista fez com que se tornasse um momento mágico. Com todo mundo olhando meio embasbacado. Em World on Fire, a última antes do bis, Slash falou pela primeira vez. Mandou um “obrigado” e disse que a noite foi demais. A banda volta para o bis e manda um Rocket Man, clássico insuperável de Elton John, com o gunner tocando uma guitarra havaiana — que fica sobre uma mesa — sensacional. Um grande momento da apresentação. A brincadeira acaba com Anastasia, uma vez mais com Slash esmerilhando sua guitarra e deixando seus fãs pra lá de satisfeitos. Antes de começar a música, o guitarrista diz “vocês são incríveis”. Foi um baita show, pesado e energético que fez todo mundo cantar junto. Depois desta apresentação, fica evidente que o guitarrista precisa de ainda mais espaço no próximo disco que o Guns N’Roses diz estar gravando. Guitarra boa nunca é demais. Fonte: R7 – Música