O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, por unanimidade, reduzir os juros básicos da economia para 11,25% ao ano, uma queda de 0,5 ponto percentual. Essa decisão, esperada pelo mercado financeiro, foi motivada pelo comportamento dos preços, levando o Banco Central (BC) a realizar o quinto corte consecutivo na taxa Selic.
Em comunicado, o Copom afirmou que pretende continuar reduzindo a Selic em 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, indicou durante a entrevista coletiva do Relatório de Inflação de dezembro que essa política de cortes deve se estender pelo menos até maio, considerando o horizonte das “próximas reuniões.”
O comunicado ressaltou que, caso o cenário esperado se confirme, os membros do comitê preveem cortes de mesma magnitude nas reuniões subsequentes, mantendo o ritmo apropriado para sustentar a política monetária contracionista necessária ao processo desinflacionário. Quanto à interrupção dos cortes, o órgão indicou que dependerá do cenário econômico de médio prazo.
Selic
A taxa Selic atinge o menor nível desde março de 2022, quando estava em 10,75% ao ano. O ciclo anterior foi de aumento, com o Copom elevando a Selic por 12 vezes consecutivas de março de 2021 a agosto de 2022, em resposta à alta dos preços de alimentos, energia e combustíveis. A taxa permaneceu em 13,75% ao ano por sete vezes consecutivas de agosto de 2022 a agosto de 2023.
Antes do ciclo de alta, a Selic estava em seu ponto mais baixo da série histórica iniciada em 1986, reduzida para 2% ao ano em resposta à contração econômica gerada pela pandemia de COVID-19. A taxa permaneceu nesse patamar de agosto de 2020 a março de 2021.
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A inflação de 2023 ficou em 4,62%, abaixo da meta de 4,75%. Para 2024, o Conselho Monetário Nacional estabeleceu uma meta de inflação de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
A taxa
A redução da taxa Selic tem o efeito de estimular a economia, pois juros mais baixos tornam o crédito mais acessível, incentivando a produção e o consumo. No entanto, também pode tornar o controle da inflação mais desafiador. A projeção de crescimento para a economia em 2023 foi reduzida para 1,7% pelo Banco Central, enquanto o mercado projeta uma expansão de 1,6% do PIB, conforme o boletim Focus.
(Com Agência Brasil).
