A Polícia Militar do Piauí (PM-PI) prendeu um homem, por matar a própria mãe, na tarde da quinta-feira 25, cinco anos depois de assassinar o pai, em Ceilândia (DF). O jovem de 23 anos espancou e esfaqueou Benedita Silva Nunes, de 49 anos, em Corrente (PI).
Em 2019, depois do primeiro crime de parricídio, a Justiça absolveu o homem e determinou a internação do criminoso, após a defesa apresentar laudo de transtornos mentais.
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Benedita morreu em casa. O rosto apresentava cortes de faca e o corpo, sinais de espancamento. De acordo com a PM-PI, Nunes quebrou os dentes da mulher e desferiu golpes na cabeça com uma barra de ferro.
No dia do crime, a irmã de Nunes entrou no imóvel e encontrou Benedita morta. Mesmo foragido, a polícia encontrou o criminoso e o levou para a delegacia de Corrente.
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Relação conturbada entre o homem, seu pai e sua mãe
Benedita costumava ter brigas com seu filho, por não aprovar o uso de drogas. Segundo as investigações, Benedita tentava ajudá-lo a se livrar do vício. Nunes usou uma dessas brigas, novamente, como justificativa para o crime.
Sobre o pai, José Claudio Barbosa de Paula, de 42 anos, à época, o criminoso alegou que sofria ameaças de morte do pai e confessou que o atacou em razão disso. O estopim para a tragédia teria sido uma discussão sobre o consumo de drogas em casa. Nunes é dependente químico. A prisão de Nunes se deu quando ele tinha 18 anos.
Os policiais militares encontraram Nunes com uma faca na mão e o pai sobre o colo. Na ocasião, o criminoso ainda feriu outra pessoa, que tentou impedir o crime.
Argumentos da Justiça
Apesar de Nunes confessar o crime, a juíza Vivian Lins Cardoso libertou o assassino, por entender que não haveria “perturbação à ordem pública”.
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Na ata da audiência de custódia do preso, em 21 de outubro de 2019, a magistrada considerou que, por se tratar de “crime passional”, não havia elementos que indicassem “a mesma intenção homicida contra outras pessoas”.
Além disso, o fato de Nunes ser réu primário na ocasião, sem ficha criminal, contribuiu para a decisão de soltura. Assim, para Vivian, o monitoramento eletrônico seria “suficiente”.
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Apesar de Nunes ser alvo de mandado de prisão preventiva em 2019, a Justiça do Distrito Federal concedeu habeas corpus ao criminoso. No fim de 2020, com o laudo da perícia que atestou os transtornos mentais, o juiz determinou a internação de Victor.
Em maio de 2021, ele foi ao Tribunal do Júri, que o absolveu pelo homicídio do pai. Como medida de segurança, porém, o magistrado determinou a internação do réu pelo período de ao menos um ano.
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