À medida que as festas de fim de ano se aproximam, champanhes e espumantes ganham destaque nas prateleiras das adegas e passam a compor os freezers dos consumidores. As bebidas efervescentes são sempre estrelas das comemorações, tão caracterizadas por suas tradições culinárias. Dados divulgados pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) apontam que, em 2022, o setor de vitivinicultura brasileira alcançou US$ 13,6 milhões, 10,56% a mais que o registrado no ano anterior.
Ainda segundo a Apex, o país conta hoje com mais de 1,1 mil vinícolas e a principal região produtora é a Região Sul, responsável por 90% da produção nacional. Nesse contexto, destaca-se a atuação dos auditores fiscais federais agropecuários, ligados ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), responsáveis pelo controle e fiscalização da atividade de vinhos e outras bebidas no Brasil.
Segundo a auditora agropecuária Luciana Pich, os profissionais atuam para garantir a conformidade dos produtos às normas e aos regulamentos vigentes, assegurando a qualidade e a segurança ao consumidor. “As empresas que produzem, padronizam e engarrafam as bebidas são inspecionadas e fiscalizadas frequentemente pelo Mapa, que realiza análises fiscais para aferir a qualidade dos produtos nos laboratórios oficiais, inclusive para detecção de fraudes. Da mesma forma, vinhos importados são previamente analisados em laboratórios credenciados para obterem a certificação que autoriza sua comercialização no Brasil”, explicou.
De acordo com a especialista, todos os estabelecimentos que produzem as bebidas devem ter registro no Mapa. “Para identificar se uma bebida é clandestina ou não, é só checar no rótulo de cada produto o número de registro. Se não constar, você pode estar adquirindo uma bebida clandestina”, alertou. A auditoria mencionou, ainda, que os vinhos importados são previamente analisados em laboratórios credenciados, garantindo, assim, mais segurança ao consumidor nacional.
Seja o refinado champanhe francês, o autêntico italiano prosecco ou o prestigiado espumante brasileiro, cada um desses vinhos efervescentes é a personificação de uma celebração do final do ano. Porém, ainda que cada uma dessas bebidas tenha uma característica em comum, seja a cor do líquido, sua efervescência e seu consumo em festas de fim de ano, os processos de produção são distintos.
A seguir, listamos as diferenças entre cada uma delas.
Champanhe
Os champanhes são espumantes de alta qualidade, originários da região exclusiva de Champagne, situada a 150 km de Paris, capital francesa. Tal produção segue critérios rigorosos, envolvendo as uvas Pinot Noir, Chardonnay e Pinot Meunier.
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A champanhe está vinculada estritamente à região de origem, à seleção das uvas mencionadas e à adoção do método tradicional de fabricação, conhecido como Champenoise. Esse método envolve duas fermentações distintas: a primeira ocorre em tanques de concreto, aço ou madeira, resultando no “vinho base”. Em seguida, há uma segunda fermentação, conhecida como tomada de espuma, que se estende por aproximadamente dois meses, conferindo ao champanhe sua efervescência característica com a introdução do gás carbônico.
Espumante
Os espumantes, resultantes da segunda fermentação de vinhos brancos, tintos ou rosés, ganham sua efervescência distintiva e gás carbônico natural.
Prosecco
Originário da região de Vêneto, na Itália, o Prosecco é elaborado com a uva Glera, utilizando o método Charmat, no qual a segunda fermentação ocorre em tanques de aço inox. Esses espumantes são conhecidos por sua leveza, acidez e refrescância.
Demi-sec
Este espumante apresenta uma dosagem de açúcar variável, situando-se entre 20 e 60 gramas por litro. Uma escolha excelente para aqueles que buscam uma bebida mais doce, mas não tão intensamente adocicada quanto um Moscatel. A versatilidade do Demi-sec o torna popular entre os apreciadores da bebida.
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Brut
Originado do francês, “grosseiro, não refinado, bruto”, o Brut surgiu da demanda por um espumante menos doce. Com uma concentração de açúcar entre 8 e 15 gramas por litro, tornou-se uma escolha comum. Ideal para os amantes de rótulos mais secos, o Brut cativa pelo equilíbrio de sabor e versatilidade.
Sidra
A sidra, com teor alcoólico que varia entre 4% e 8%, se destaca ao ser produzida através da fermentação alcoólica da maçã, seja a partir do suco, da fruta fresca, íntegra e madura, ou de uma combinação de ambas, podendo ou não incluir água, diferentemente dos espumantes e champanhes, que têm origem nas uvas.