Museu da Baía de Guanabara – pescadores encontram saco de leite do século passado

Na última semana, quando o projeto Baía Limpa da Ocyan comemorou a retirada de 25 toneladas de lixos e resíduos da Baía de Guanabara, os pescadores do projeto encontraram um saco plástico de leite que, pelo número de telefone ainda legível, com sete dígitos, conclui-se que é do século passado, já que somente a partir de 2000 os telefones fixos passaram a ter oito algarismos. A embalagem mostra ainda o período de validade do leite, na época, de apenas uma semana. Não informa, entretanto, o tempo de vida do saco plástico que resistiu intacto na baía por pelo menos 25 anos. Também do século XX, recentemente foi retirada da Baía de Guanabara uma garrafa da Coca-Cola de 1998.

“O projeto Baía Limpa descobriu um museu itinerante submerso de resíduos à deriva na Baía de Guanabara. É difícil datar de quando são e quando foram despejados nas águas, mas alguns artigos como essa embalagem de leite nos trazem uma ideia. Eles são em sua maioria objetos de plástico, mas também mochilas, sapatos, chinelos, sofás, TVs de tubo e até camas box, o que reforça a importância deste trabalho junto aos pescadores, mas também de educação e sensibilização ambiental para todo carioca e morador da região metropolitana do Rio”, conta André de Barros, gerente de Comunicação, Responsabilidade Social e Diversidade da Ocyan.

Somente no primeiro trimestre de trabalhos do projeto da Ocyan, os pescadores encontraram, entre os muitos objetos estranhos e impróprios para o local, 14 sofás e uma cama box. O Baía Limpa da Ocyan tem a meta de arrecadar 100 toneladas de resíduos da Baía de Guanabara em 12 meses.