Peter Berg e Mark Wahlberg tem quatro parcerias marcantes no cinema. São elas, “O Grande Herói”, “Horizonte Profundo: Desastre no Golfo”, “O Dia do Atentado” e “22 Milhas”. Em 2016, eles praticamente passaram o ano juntos, no segundo e terceiro filme, filmando tragédias reais. Lançado no Festival de Toronto, “Horizonte Profundo” foi aplaudido de pé e retrata um dos maiores desastres ambientais da história. A explosão de uma plataforma de perfuração offshore de petróleo no Golfo do México, em 2010, resultou em um dramático derramamento de petróleo no oceano, afetando drasticamente o ecossistema marinho. 11 trabalhadores morreram e 17 ficaram feridos.
Mark Wahlberg interpreta Mike Williams, um técnico eletricista que trabalha na plataforma. Primeiro, Peter Berg nos apresenta Mike e sua família. Em casa, ele toma café com a esposa Felicia (Kate Hudson) e a filha Sydney (Stella Allen). As cenas são acolhedoras e claramente o filme quer nos introduzir ao grande herói da história. Seu trabalho incomum é tema da redação da filha escola, que precisa de ajuda para descrever exatamente o que é que seu pai faz, já que a função é um tanto confusa para quem só vê de fora.
Aos poucos, o filme ganha tons mais dramáticos e o protagonista já não está mais naquele ambiente familiar e reconfortante, mas no meio do oceano, rodeado de barras de ferro, concreto, computadores e homens uniformizados. Quando tubos subaquáticos sobrecarregados passam por inspeção, revelando uma pressão inadequada e incomum para a continuidade do trabalho e para a segurança do local e dos operários, um dos executivos, Don Vidrine (John Malkovich) tenta convencer Jimmy Harrell (Kurt Russell), um subalterno, que as coisas não são tão graves assim e que basta uma pequena manutenção, sem que os trabalhos sejam descontinuados, para que tudo retorne à normalidade. Um clima de tensão e perigo iminente vai se criando para conduzir o público até a sabida tragédia.
Com orçamento de 110 milhões de dólares, o filme de Peter Berg impressiona pela qualidade técnica, realismo e efeitos especiais. Uma plataforma de petróleo fictícia gigantesca foi construída em um tanque de água em Chalmette, na Louisiana, especialmente para o filme. O visual é realmente impressionante e, quando a equipe de efeitos especiais cria a explosão que evolui ao longo da plataforma, vitimando mais de uma dezena de pessoas, a sensação é de se estar lá dentro. A sequência provoca angústia, ansiedade e, ao mesmo tempo, deixa o público impressionado com a grandeza das cenas. Rapidamente, o homem de família evolui para um herói improvável, que tenta salvar trabalhadores da situação que se desdobra em perigos cada vez mais extremos.
Além das muitas estrelas, o longa-metragem também conta com outros atores conhecidos, como Gina Rodriguez, Joe Chrest e Dylan O’Brien. As atuações são satisfatórias, mas os roteiristas de Peter Berg, Matthew Michael Carnahan, Matthew Sand e David Barstow não investiram tanto tempo assim dando profundidade para seus personagens. Mesmo assim, é um filme que vale o tempo investido, pelo fato histórico e pela grandiosidade visual.
Filme: Horizonte Profundo: Desastre no Golfo
Direção: Peter Berg
Ano: 2016
Gênero: Drama/História
Nota: 9/10