O Ministério da Educação (MEC) descobriu indícios de desproporção na quantidade de alunos por professor em cursos de ensino a distância (EAD) de faculdades particulares. Para avaliar se a qualidade de ensino pode ser prejudicada, a pasta vai apurar 11 instituições.
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Um estudo da Secretaria de Regulação e Supervisão do Ensino Superior (Seres) identificou que essas faculdades têm uma proporção de 500 alunos por docente nos cursos a distância. Na média nacional para o formato EAD, há 171 alunos por professor.
De acordo com a Seres, essa desproporção pode ter grande impacto no sistema de ensino superior brasileiro. As 11 faculdades (lista abaixo) têm 65% de todas as matrículas do Brasil de cursos de EAD. Juntas, elas atendem quase três milhões de alunos.
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O estudo foi feito depois da divulgação dos dados do Censo do Ensino Superior de 2022, que já indicava um forte avanço do EAD no país. À época, em outubro do ano passado, o ministro da Educação, Camilo Santana, disse que a concentração das matrículas, sobretudo na rede privada, é “alarmante e desafiadora”.
Santana anunciou que o governo busca rever os critérios de regulação e supervisão para garantir a qualidade do ensino. É a primeira vez que o MEC cobra faculdades particulares a informarem sobre a qualidade dos cursos que ofertam.
As faculdades analisadas pelo MEC
Confira, abaixo, as 11 instituições de ensino superior que vão passar por análise do MEC. O trabalho por parte do governo federal se dará, sobretudo, a partir da denúncia da desproporcionalidade entre professores e números de alunos em cursos EAD.
- Universidade Estácio de Sá;
- Universidade Cruzeiro do Sul;
- Universidade Pitágoras Unopar Anhanguera;
- Universidade Cidade de São Paulo;
- Universidade de Franca;
- Universidade Cesumar;
- Centro Universitário Estácio de Ribeirão Preto;
- Centro Universitário Planalto do Distrito Federal;
- Centro Universitário Leonardo da Vinci;
- Centro Universitário Internacional; e
- Centro Universitário Estácio de Santa Catarina.
Conforme o jornal Folha de S.Paulo, as faculdades com mais alunos são as que possuem maior desproporção de estudantes por professor.
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Por exemplo, a Universidade Pitágoras Unopar Anhanguera conta com a maioria das matrículas, com 1,3 mil alunos por professor. Em uma década, a instituição teve um aumento de 202 mil para 693 mil alunos, ao mesmo tempo, reduziu o quadro docente (de 708 para 523).
Já o Centro Universitário Leonardo da Vinci tem uma proporção de 2,5 mil alunos para cada professor. Com 669 mil estudantes, a faculdade conta com 258 docentes.
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