O presidente da Argentina, Javier Milei, pediu nesta quarta-feira, 17, aos líderes empresariais e políticos que rejeitem o socialismo e adotem o “capitalismo de livre iniciativa” para acabar com a pobreza mundial.
“Hoje estou aqui para vos dizer que o mundo ocidental está em perigo”, disse Milei em seu discurso no Fórum Económico Mundial em Davos, na Suíça.
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Segundo o presidente argentino, o mundo ocidental “está em perigo porque aqueles que deveriam defender os valores do Ocidente são cooptados por uma visão do mundo que conduz inexoravelmente ao socialismo e, portanto, à pobreza”.
Em Davos, Milei disse que os líderes ocidentais precisam apenas olhar para a história da Argentina para compreender os riscos de minar a livre iniciativa e aumentar a intervenção estatal.
Há um século, a Argentina era uma das nações mais ricas do mundo devido ao seu setor agrícola. Hoje, mais de 40% da população vive na pobreza, apesar de possuir enormes reservas de lítio e gás natural e de terras férteis para o cultivo de soja, trigo e milho.
“Estamos aqui para alertá-los sobre o que pode acontecer às nações ocidentais que enriqueceram com um modelo de liberdade se continuarem neste caminho de servidão”, disse ele.
“Quando abraçamos o coletivismo durante os últimos cem anos, vimos como os nossos cidadãos começaram a tornar-se sistematicamente mais pobres”, disse Milei.
“A conclusão é óbvia”, acrescentou Milei. “Longe de ser a causa dos nossos problemas, o capitalismo de livre-comércio como sistema econômico é a única ferramenta que temos para acabar com a fome e a pobreza”.
Esquerda ataca capitalismo por razões morais, diz Milei
Milei disse que os esquerdistas atacam o capitalismo por motivos morais, promovendo ideias, como a justiça social, que se tornaram cada vez mais populares nas instituições ocidentais, desde universidades até organizações internacionais.
“O problema é que a justiça social não é justa e também não contribui para o bem-estar geral”, disse ele.
“Eles estão a corroer os fundamentos da liberdade”, disse ele, “abrindo as portas ao socialismo e potencialmente condenando-nos à pobreza, à miséria e à estagnação”.
Milei elogiou os empreendedores e os proprietários de empresas, dizendo que eles são os impulsionadores da prosperidade global.
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“O capitalista, o empresário de sucesso é um benfeitor social que, longe de se apropriar da riqueza, contribui para o bem-estar geral”, disse Milei.
“Vocês são heróis”, disse Milei, sobre empresários de sucesso, acrescentando que eles tinham um aliado na Argentina. “Não deixe ninguém lhe dizer que sua ambição é imoral. Se você ganha dinheiro é porque oferece um produto melhor, com melhor preço, contribuindo para o bem-estar social.”
Milei disse que está trabalhando na criação de um modelo de mercado livre na Argentina, uma das economias mais fechadas do mundo, onde as empresas há muito são sufocadas por regulamentações estatais e impostos elevados.
“Graças ao capitalismo de livre-comércio, o mundo nunca foi melhor”, disse ele. “O mundo está mais livre, mais rico, mais pacífico e mais próspero do que em qualquer outro momento da nossa história.”
Milei viajou de avião comercial até Davos
A ida de Milei a Davos marca sua primeira viagem ao exterior desde que assumiu a Presidência argentina no mês passado.
Nesses primeiros dias de mandato, Milei propôs cerca de mil reformas para reduzir a regulamentação e privatizar empresas estatais, ao mesmo tempo que desvalorizou o peso em relação ao dólar e levantou os controles de preços que herdou dos seus antecessores de esquerda.
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Milei manteve um forte apoio popular desde que assumiu o cargo, em 10 de dezembro, já que os argentinos até agora adotam medidas de austeridade para combater a inflação.
Milei viajou até a Suíça em um jato comercial e antes de chegar a Davos criticou o Fórum pelo que considerou ser a sua “agenda socialista, que só trará miséria ao mundo”.
O fundador do Fórum, Klaus Schwab, apresentou Milei ao palco em Davos, dizendo que seus “métodos mais radicais” haviam “introduzido um novo espírito na Argentina”.
“Os principais líderes do mundo ocidental abandonaram o modelo de liberdade por diferentes versões do que chamamos de coletivismo. Estamos aqui para lhe dizer que os experimentos coletivistas nunca são a solução para os problemas que afligem os cidadãos do mundo – mas, sim, a causa-raiz”, disse Milei. “Acredite em mim, ninguém [está] em melhor posição do que nós, argentinos, para testemunhar sobre esses dois pontos.”
