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domingo, novembro 24, 2024

Ameaça de ataque russo faz suecos ‘correrem’ ao supermercado

O Exército da Suécia tem alertado a população para uma possível ameaça de ataques russos ao país. O medo de uma guerra provocou um intenso debate em Estocolmo. Em virtude desse clima de tensão, os moradores estão indo aos supermercados para comprar bebidas e alimentos.

O país teme ameaças russas por ser candidato a membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) desde maio de 2022. Essa teria sido uma das motivações do ataque russo à Ucrânia.

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A Suécia não é historicamente um país ligado a guerras. O último conflito armado que a nação participou foi no século 19, durante as Guerras Napoleônicas. Atualmente, os suecos enviam tropas para operações de manutenção da paz.

Por isso, a maioria dos suecos não sabe qual é a realidade de uma guerra. O ministro da Defesa Civil, Carl-Oskar Bohlin, alertou a população em uma conferência de defesa no último domingo, 14. “Pode haver uma guerra na Suécia”, disse.

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No mesmo evento, o comandante-chefe das Forças Armadas da Suécia, Micael Byden, concordou com seu colega e mostrou imagens de casas queimadas e bombardeadas na Ucrânia. “Você acha que isso poderia ser a Suécia?”, perguntou.

Byden disse que “a guerra da Rússia contra a Ucrânia é um estágio, não um objetivo final, com a intenção de estabelecer uma esfera de influência e destruir a ordem mundial baseada em regras”. “Os suecos devem se preparar mentalmente para a guerra”, acrescentou.

Por temer um ataque russo, a Suécia tem se aproximado dos Estados Unidos. Além do pedido de adesão à Otan, o país permitiu acesso dos norte-americanos a 17 bases militares de seu solo.

Crianças preocupadas com possível guerra

De acordo com a organização não-governamental (ONG) Bris, que defende os direitos das crianças na Suécia, os anúncios do governo estão afetando a saúde mental dos mais jovens. A instituição identificou um aumento acentuado no número de crianças que entraram em contato por estarem preocupadas com a possibilidade de guerra.

O secretário da associação, Magnus Jagerskog, divulgou um comunicado sobre o tema. “Os níveis de ansiedade de muitas crianças suecas foram agravados por essas informações”, disse.

Leia mais: “Rússia promove ataques em grande escala contra Ucrânia”

O comércio sueco também registrou aumento nas compras de itens, como rádios de emergência, galões de água e fogões de acampamento.

As ações têm gerado debate entre as autoridades suecas, especialmente sobre serem alarmistas. A líder dos social-democratas e ex-primeira-ministra, Magdalena Andersson, considerou exagerado o tom. “A situação é grave”, disse. “Mas também é importante deixar claro que a guerra não está à nossa porta.”

Rússia comenta declarações da Suécia

A Embaixada da Rússia na Suécia publicou no Twitter/X uma mensagem em que ridiculariza as declarações do governo sueco. “Talvez os líderes suecos devessem parar de alimentar a paranoia em seu povo”, sugeriu.

O membro da Câmara Alta do Parlamento russo, equivalente ao Senado no Brasil, Alexey Pushkov, comentou o assunto no Telegram. Ele disse que tem a impressão de que soldados e jornalistas suecos estão sonhando com a guerra.

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De acordo com Mark Galeotti, do Instituto de Pesquisa Militares Royal United Services Institute, a ameaça da Rússia de atacar a Suécia é infundada.

Vladimir Putin
Vladimir Putin disse que não irá permitir a entrada da Ucrãnia na Otan | Foto: Reprodução/Kremlin

“Entendo que as Forças Armadas precisam considerar os piores cenários, e a Rússia tem se mostrado mais agressiva do que qualquer um previa”, comentou Galeotti. “Mas tenho de admitir que estou cético quanto à probabilidade de tal cenário.”

Galeotti explicou que o Exército russo foi prejudicado pela guerra na Ucrânia e que não há motivos para Vladimir Putin, presidente da Rússia, atacar os países bálticos. Além disso, o caso da Ucrânia é diferente por ter um lugar especial na visão do líder russo.

Leia também: “A guerra na Ucrânia faz trágico aniversário”, reportagem de Flavio Morgenstern publicada na Edição 153 da Revista Oeste

Fonte: R7 – Internacional

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