
São Paulo, Brasil
Como o clube que tem o maior patrocínio da América do Sul, atual campeão da Libertadores da América, da Copa do Brasil, perdeu a confiança de parte da própria torcida?
E entra em campo hoje, no seu estádio, com o adversário, o Atlético Mineiro, como grande favorito na primeira partida da semifinal da Libertadores?
A política de contenção de gastos do presidente Mauricio Galiotte tirou de Abel Ferreira seu efetivo lateral esquerdo, o uruguaio Viña, não ofereceu reforços com capacidade de fazer o Palmeiras ter fórmulas diferentes de organizar seu time.
Diante da seleção sul-americana montada com o dinheiro dos mecenas Rubens Menin, dono da construtora MRV, e de Ricardo Guimarães, dono do banco BMG, cabe ao português Abel Ferreira a obrigação de reverter as expectativas a favor do time de Cuca.
“Vamos jogar contra um adversário que tem apostado tudo, forte. É o favorito, já os dão na final contra outro adversário.
“Nós vamos competir, é o que nós fazemos. Vamos procurar analisar o nosso adversário, é um jogo de ida e volta. Vamos ser humildes, colocar em prática toda a nossa capacidade e força coletiva. Usar nossa estratégia, nossa força mental, nossa técnica e competir”, disse o técnico.
Por trás dessa aparente humildade, houve treinos de muita intensidade, compactação, e coragem para travar a saída de bola do Atlético Mineiro de Cuca. E buscar a vantagem na briga pela final, logo hoje, no gramado sintético do seu estádio. Porque há a certeza de que, no Mineirão, na próxima semana, tudo será muito mais difícil.
Daí a insistência para que Danilo participe do jogo, ao lado de Zé Rafael, Raphael Veiga e Dudu no meio-campo. Porque o técnico acredita que será nas intermediárias que a partida será decidida. E com participação efetiva de Wesley na lateral esquerda, protegendo e triangulando com Piquerez. Rony tem mais chance de ajudar Marcos Rocha na difícil tarefa de travar o lado esquerdo atleticano.
Mas serão Gustavo Gómez e Luan que terão pela frente os dois jogadores literalmente mais fortes do futebol brasileiro. Hulk e Diego Costa, privilegiados fisicamente, tentarão se aproveitar do confronto físico na área palmeirense.

As principais armas palmeirenses estão na habilidade de Dudu, como meia, ao lado de Raphael Veiga, e na correria, na maioria das vezes, consciente de Wesley. E na de Rony, se Abel Ferreira não estiver blefando e colocar Luiz Adriano.
Há um medo real na cúpula palmeirense do Atlético Mineiro.
Da variedade do repertório do time de Cuca, com a bola nos pés. Allan, Jair e Zaracho e Nacho são a principal fonte de preocupação de Abel. São eles quem determinam o ritmo do Atlético. Mariano e Guilherme Arana abertos pelas laterais de campo serão vigiados durante o jogo todo, promete Abel.
Enfim, a preocupação palmeirense é muito grande, mesmo jogando no Allianz Parque.
“Ninguém tem dúvida de que o nosso adversário é favorito, por tudo. Pelo o que investiu, pelo o que gastou, por continuar a gastar. Nós vamos com nossa humildade e com o feijão com arroz. Com mais ou menos dificuldades, mas queremos tanto quanto o nosso adversário. Usaremos as armas que temos para estarmos na final da Libertadores”, avisa Abel Ferreira.
O treinador português sabe.
O Palmeiras precisa vencer, para ir com vantagem em Belo Horizonte, para enfrentar o Atlético Mineiro e sua fanática torcida, já que por lá o público está liberado.
O atual campeão da Libertadores entrará para o ‘tudo ou nada’.
Não haverá meio termo…