A Procuradoria-Geral da República (PGR) deve abrir investigação preliminar sobre o ministro da Economia, Paulo Guedes, a fim de avaliar eventuais irregularidades na manutenção de uma empresa offshore em um paraíso fiscal no exterior. Guedes é dono da Dreadnoughts Internacional, fundada nas Ilhas Virgens Britânicas.
Pelo menos três representações contra o ministro foram protocoladas no Supremo Tribunal Federal (STF). A existência da empresa foi revelada pela investigação Pandora Papers, realizada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ). Em 2014, na época da abertura, a empresa tinha um capital de U$ 8,5 milhões.
Um ano depois, em 2015, houve outro investimento, de U$ 1,5 milhão. A companhia se valorizou pelo menos U$ 14,3 milhões desde a época, com as altas no preço do dólar no Brasil. Paulo Guedes alega que a existência desse tipo de negócio foi informada à Comissão de Ética Pública e à Receita Federal.
As ações apresentadas no Supremo acusam o ministro da Economia de tráfico de influência e advocacia administrativa. Procurada pelo R7, a PGR informou que qualquer representação relacionada ao caso que chegar ao órgão “será objeto de procedimento preliminar de investigação e será devidamente apurada pelo setor competente”.
O caminho jurídico natural das ações protocoladas no Supremo é o envio à Procuradoria-Geral da República.