
São Paulo, Brasil
Renato Gaúcho se reinventou.
Não teve o menor constrangimento para sobreviver. Depois do momento mais tenso que viveu na Gávea, depois da vexatória eliminação da Copa do Brasi, para o Atlético Paranaense, em pleno Maracanã, com o apoio da torcida, ele colocou o Flamengo atrás, marcando, reconhecendo a maior força atua do Atlético Mineiro.
E trocando a técnica pelo coração, o Flamengo venceu por 1 a 0, gol de Michael. E mantém remota esperança de ganhar o sonhado tricampeonato nacional. Embora tenha dez pontos a menos que o time mineiro, os cariocas têm duas partidas a menos. A diferença pode cair para quatro pontos.
O time de Cuca teve 57% de posse de bola, jogou com dois centroavantes durante o segundo tempo inteiro: Hulk e Diego Costa, o máximo que conseguiu foi balançar o travessão em cabeçada de Arana.
Foi emocionante a postura, a humildade tática dos jogadores rubro negros. Gabigol atuou praticamente como um volante, completando nove partidas sem marcar um gol. Everton Ribeiro e Bruno Henrique se desdobravam na marcação pela intermediária.
Aos 51 minutos, Rodinei acertou a trave de Everson e levou à loucura a torcida flamenguista. Mas no final, a vitória foi comemorada quase como se fosse uma decisão.
E foi, principalmente para o futuro de Renato Gaúcho.
Três pontos conquistados com a alma.
Os jogadores do Atlético Mineiro e Cuca se preparavam para enfrentar o Flamengo ofensivo. E foram surpreendidos pela postura defensiva, o time de Renato Gaúcho com as linhas recuadas. Com os laterais presos, como estivessem jogando nos anos 50, proibidos de passarem a linha do meio de campo.
Willian Arão não ficou sobrecarregado na marcação. Andreas Pereira jogou como segundo volante, Everton Ribeiro atuou como terceiro volante. Gabigol muito afastado da área acompanhando os volantes do Atlético Mineiro. Bruno Henrique, onipresente: na intermediária e na frente, quando o Flamengo roubava a bola. E Michael, não, ele era o único atacante de verdade no time carioca.
O Atlético Mineiro não esperava um rival tão poderoso atrás. E seu jogadores, muito técnicos, se afobaram. Forçaram dribles, tentavam tabelar, ditar o ritmo da partida. Mas não encontravam espaços.