
A busca dos brasileiros por investimentos menos tradicionais veio acompanhada do surgimento de esquemas duvidosos que prometem retornos elevados e garantidos. Com a facilidade para investir com um único clique, 14% dos internautas brasileiros afirmam já terem perdido dinheiro em esquemas fraudulentos.
O dado foi obtido pela pesquisa “Fraudes em Investimentos no Brasil”, conduzida pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
O estudo comprova que as perdas financeiras ao aderir a um investimento fraudulento podem ser irreversíveis. Somente 31% dos entrevistados conseguiram recuperar o dinheiro perdido na fraude de investimento, sendo que 14% recuperaram com prejuízo. Em contrapartida, 68% ainda não recuperaram o valor, sendo que 47% já desistiram de receber.
Entre quem perdeu dinheiro em investimentos financeiros fraudulentos, 43% alegaram que o responsável desapareceu com o dinheiro investido, enquanto 24% informaram ter tido prejuízo após garantia de alta rentabilidade logo no início do investimento.
As principais ocorrências envolvem esquemas de pirâmide (40%), golpe da seguradora com pagamento antecipado de taxas e/ou despesas (17%) e contratação de serviço de gestão/consultoria/análise de investimentos sem o devido registro profissional na Comissão de Valores Mobiliários (13%).
“Embora seja saudável a diversificação de investimento e a disposição dos consumidores para conhecer sobre diferentes modalidades, a escolha de onde manter a reserva financeira deve ser muito bem pensada e analisada sob o prisma do risco e do objetivo a que se destina aquela quantia”, alerta o presidente da CNDL, José César da Costa. Ele orienta que órgãos reguladores, como a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), sempre sejam consultados para avaliação da procedência de uma proposta.
Os principais argumentos utilizados para a venda do investimento fraudulento foram as taxas e condições atraentes (29%), seguido de promessa de ganho de muito dinheiro com a perspectiva de riqueza (27%), ser um negócio legítimo conhecido (27%) e parecer uma oportunidade única e urgente (27%).
De acordo com os entrevistados, 34% conheceram o investimento através da indicação de amigos ou parentes e 32% através de anúncios que viu na internet. “boa parte das vítimas foi atraída por promessas de rentabilidade acima da média e muitas vezes indicadas por familiares”, lamenta Costa.