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Covid impactou a educação de 5,5 milhões de criança no país, diz ONU

Ao menos 147 países fecharam escolas por causa da pandemia

Ao menos 147 países fecharam escolas por causa da pandemia Rovena Rosa/Agência Brasil – 14.09.2021

A estimativa é que 5,5 milhões de crianças e adolescentes tiveram o direito à educação negado em 2020 no Brasil por causa da crise sanitária. A infromação é de relatório divulgado nesta quarta-feira (29), por agências da ONU (Organização das Nações Unidas) e pela Opas (Organização Pan-Americana da Saúde). 

Ao menos 147 países fecharam escolas por causa da pandemia, o que representaria mais de 1,4 bilhão de alunos afetados, ou cerca de 86% da população estudantil mundial. “Se no início da pandemia não foram considerados como grupos de risco direto, são elas, de fato, as vítimas ocultas da Covid-19”, diz o relatório.

Com o título “Covid-19 e Desenvolvimento Sustentável: Avaliando a crise de olho na recuperação”, o trabalho é resultado de uma força-tarefa de especialistas e teve participação do Pnud, do Unicef e da Unesco.

O documento lista 55 medidas para o Brasil superar a crise provocada pela Covid-19 e promover a recuperação em curto e longo prazo. Entre as sugestões estão priorizar a reabertura de escolas com segurança; garantir renda básica universal; conectar todas as crianças e adolescentes à internet até 2030; e oferecer linhas de crédito verde atrativas e investir em cidades inteligentes. 

No estudo, o grupo analisa repercussões do coronavírus em diversos setores, como saúde, educação, economia e meio ambiente. Em contrapartida, também afirma que o processo de recuperação representaria uma “oportunidade histórica para se reimaginar as sociedades” e “alcançar um futuro melhor para todas e todos”.

Os pesquisadores consideram a pandemia “a pior crise sistêmica já vivida no planeta” desde a criação da ONU. Por causa do cenário, especialistas projetam um recuo global (-0,018) no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano 2020) – a primeira tendência de queda esperada para o indicador desde 1990.

Entretanto, os impactos teriam sido “desproporcionais”, “aprofundaram desigualdades” e dificultaram o “alcance do desenvolvimento humano e sustentável estabelecido pela Agenda 2030 das Nações Unidas” no Brasil e no mundo. “Embora todos os países sejam afetados, sociedades mais desiguais são as que mais sofrem com as consequências”, diz o relatório.

“Os mais vulneráveis – países e populações – têm maior dificuldade de recuperação e o cenário, já complicado (como efeito da crise econômica de 2008), tornou-se ainda mais crítico, já que muitos recursos precisarão ser mobilizados para socorrer as vítimas diretas e indiretas da doença”, afirma.

Para o Brasil, o relatório analisa 94 indicadores de vulnerabilidade e de capacidade de resposta à pandemia, a partir dos quais estabelece as diretrizes da retomada. “Uma recuperação eficaz dependerá de esforços conjuntos para fortalecer os sistemas de saúde, reforçar a proteção social, criar oportunidades econômicas, ampliar a colaboração multilateral e promover a coesão social.”

Para parte das crianças, a suspensão das atividades escolares também repercute na segurança alimentar e acesso à infraestrutura de saúde, água, saneamento e higiene. “Os impactos para crianças e adolescentes podem perdurar por toda a vida”, afirma o estudo. “Sem deixar de lado as medidas essenciais para conter a propagação do novo coronavírus, é preciso ter clareza sobre os impactos do fechamento de escolas por um longo período na aprendizagem, na nutrição – uma vez que muitos deles dependem da merenda escolar – e na segurança de crianças e adolescentes, em especial os mais vulneráveis.”

Outro desafio é o acesso desigual à tecnologia, que pode provocar aumento de taxas de abandono escolar, trabalho infantil e gravidez na adolescência, de acordo com o relatório. “Com o fechamento massivo de estabelecimentos escolares, o ensino remoto mediado por tecnologias apresenta-se como uma alternativa para a continuidade da aprendizagem”, descreve. “No Brasil, 28% das famílias não têm acesso à internet, porcentual que aumenta conforme a renda diminui e chega a 48% em áreas rurais”.

Políticas sugeridas pelos pesquisadores passam por reabrir escolas, estabelecer parcerias para inclusão digital, manter serviços de saúde, além de criar oportunidade de trabalho para jovens entre 14 e 24 anos. “Sem ação coordenada para prevenir, mitigar e responder aos efeitos da pandemia, as consequências para este segmento agora, e para a sociedade como um todo no futuro, serão graves.”

O relatório aponta, ainda, que a pandemia expôs ainda mais a desigualdade no Brasil, com diferenças de acesso à “proteção social, serviços públicos de saúde, emprego e à renda e moradia adequada”. “A proteção social pode ser uma ferramenta crucial não apenas para ajudar as famílias a se manterem à tona no curto prazo, mas também para combater a desigualdade de forma mais ampla”, diz.

Os pesquisadores sugerem foco para eliminar desigualdades. Entre as medidas, estão políticas de transferência de renda e inclusão financeira, estímulos fiscais e investimentos em saneamento universal. “Estima-se que o pacote emergencial do governo federal some um gasto de R$ 524 bilhões, em 2020”, afirma. “Para assegurar uma recuperação resiliente e inclusiva em todos os níveis, o Brasil deve também continuar a enfrentar os desafios do desenvolvimento sistêmico.”

Em paralelo, a recuperação e a resposta ao coronavírus devem estar em consonância com questões climáticas e proteção ao meio ambiente, de acordo com os especialistas. Matriz energética limpa, incentivos à agricultura familiar e investimentos em projetos sustentáveis são iniciativas defendidas pelo relatório. “Muitas dessas soluções têm efeitos em cascata, com benefícios para a saúde e a economia, ao mesmo tempo que criam resiliência a desastres futuros”, diz.

“O Brasil precisa criar uma recuperação que ‘reconstrua melhor’, o que significa não só recuperar de imediato as economias e os meios de subsistência, mas também salvaguardar a prosperidade a longo prazo”, afirma o relatório. “Para isso é necessária uma nova geração de políticas públicas e transformações sociais que facilitem a transição para uma sociedade menos desigual, mais resiliente e com impactos controlados sobre a natureza. O futuro começa hoje, não amanhã.”

* Com Agência Estado

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