
A professora de redação e coordenadora da área de linguagens do Colégio Oficina do Estudante de Campinas (SP), Fabiana Gomes de Camargo, explica os tipos de argumentos existentes, como definir o mais indicado para o texto e qual modelo é mais adequado para ser avaliado pelas bancas corretoras do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e dos demais vestibulares do país. Veja:

1) Argumentos de valor universal: consiste na expressão verbal de um raciocínio lógico, por meio da relação entre dados conhecidos e desta forma é possível chegar a uma conclusão

2) Referências e citações: são relações intertextuais, o estudante apresenta o discurso produzido por outras pessoas que corroboram com o ponto de vista defendido. Incluem-se os argumentos de autoridade, os depoimentos e menções a personagens e obras da literatura em geral

3) Contra argumentação: consiste em apresentar argumentos contrários ao ponto de vista defendido, para refutar e mostrar que não são válidos ou têm validade limitada

4) Dados colhidos da realidade: consiste na apresentação de informações de conhecimento geral, que fazem parte do repertório sociocultural que o autor do texto e leitores compartilham como por exemplo resultados de pesquisas e o conhecimento de diversas áreas do conhecimento como, história, geografia, filosofia, física e entre outras

Para Fabiana Gomes de Camargo, os tipos de argumentos citados são adequados por terem caráter relativamente universal, por terem maior probabilidade de serem aceitos por qualquer leitor. “Existem outros tipos que devem ser evitados por serem muito pessoais ou específicos e só seriam aceitos em determinados contextos sócio comunicativos, como depoimentos pessoais ou argumentos de ordem religiosa”, explica

Segundo a professora, mais importante do que ter argumentos pertinentes para defender o seu ponto de vista, é saber desenvolvê-los corretamente. Ela também destaca algumas estratégias na hora de escrever a redação como definir o assunto do texto ou conceitos que sejam essenciais para a compreensão, questionamento dirigido ao leitor por meio de perguntas retóricas e reprodução de ideias ou informações apreendidas a partir de estudo de textos de outros autores

Outra estratégia apontada por Fabiana é a relação de causa e consequência. “Funciona como justificativa para afirmações feitas ao longo do texto, evidenciando as relações existentes entre um fenômeno e teorias”, diz. A comparação textual também é indicada, porque consiste na relação de aproximação entre fenômenos, fatos ou ideais, buscando estabelecer entre eles uma relação de semelhança ou de distinção

Por fim, ela destaca os cuidados que o estudante deve ter ao escolher um tipo de argumentação e desenvolvê-la. “Uma das principais falhas na construção de uma redação dissertativo-argumentativa é a questão da não-diferenciação entre o tema e recorte temático”, explica. “Essa confusão atrapalha na formulação dos argumentos, uma vez que não se apresentam justificativas sobre uma problemática”, diz. Para a professora, é fundamental que o aluno faça uma boa leitura da proposta e atente-se ao recorte solicitado