
São Paulo, Brasil
Internacional, Corinthians e São Paulo.
Os três clubes pelos quais Alexandre Pato jogou no Brasil não querem nem ouvir falar do atacante.
E até no Palmeiras, clube onde jamais atuou, seu nome provoca irritação.
O jogador de 32 anos, com contrato com o Orlando City, na Liga Norte-Americana de Futebol, vem repetindo estar disposto a voltar ao futebol brasileiro.
Isso, depois de se oferecer de forma absoluta ao Milan, onde atuou por cinco anos.
“O Orlando está bem e ainda tenho contrato, mas Maldini sabe disso: estaria pronto. Agora amadureci, tenho uma atitude diferente em relação ao futebol e talvez seja útil no relacionamento com os jogadores mais jovens.”
Paolo Maldini, ex-jogador da Seleção Italiana, e um dos grandes ídolos do Milan, é hoje diretor técnico da equipe italiana. E é um dos donos do Miami FC, equipe dos Estados Unicos.
Só que a declaração de Pato ao popular jornal Gazzetta dello Sport não teve a menor repercussão na Itália, no Milan e não comoveu Maldini.
Assim como os ex-clubes brasileiros estão longe de se animar quando o nome do atacante é citado. Ele deixou as portas fechadas no Parque São Jorge, no Morumbi e no Beira-Rio.
O jogador, que fará 33 anos, é um caso raro.
Apesar de seu potencial, acabou prevalecendo a aura de antipatia e relacionamento frio com as camisas que vestiu no Brasil.
Sua passagem pelo Corinthians foi uma tremenda decepção, além de implodir o ambiente do time campeão da Libertadores e Mundial.
Com o maior salário que todos os atletas que conquistaram os dois títulos, ele não se importou em se enturmar. Ficou claro para os jogadores, e até para o técnico Tite, que Pato só se preocupava com ele próprio e tentar disputar a Copa de 2014. O que não conseguiu.

O seu pior momento foi a tentativa ridícula de cavadinha, quando o Corinthians disputava a vida na Copa do Brasil. Acabou recuando a bola no peito de Dida. Havia companheiros de time dispostos a bater no atacante. A situação foi deprimente.
Depois de ter sido ameaçado por alguns membros das organizadas, de ter ‘suas pernas quebradas’, em uma invasão ao CT corintiano, foi para o São Paulo.
Depois de uma boa passagem de 2014 a 2016, quando quis voltar para a Europa, ele voltou em 2019. Saiu em 2020, em baixa. Muito criticado pelo péssimo desempenho e por não se envolver com o elenco, terminou como reserva de Pablo. Fernando Diniz estava absolutamente ‘cansado’ de tentar recuperar o futebol do atacante.
Negociou com o Internacional, que buscava um substituto para Paolo Guerrero. Quando soube que o clube gaúcho oferecia metade do R$ 1 milhão que recebia no São Paulo, o jogador desistiu de voltar ao clube que o lançou como jogador profissional.
Com o Corinthians, Pato não teve mais contato, mesmo nas redes sociais.
No São Paulo, por coincidência, lógico, ele fez questão de postar ‘boa noite’, assim que o clube empatou com o Palmeiras e perdeu as chances de ser campeão brasileiro, em fevereiro de 2021.
Não foram só torcedores que ficaram revoltados. Dirigentes do clube perceberam a estocada do jogador.
No início de março deste ano, mal ficou confirmada a eliminação do Internacional na Copa do Brasil, diante do Globo, time do Rio Grande do Norte, por ‘coincidência’, Pato postou três emojis sorridentes no twitter.
A mesma reação irada da torcida. E muita mágoa dos dirigentes do clube onde ‘nasceu para o futebol’.

Os dirigentes do Palmeiras não querem nem ouvir falar em Pato.
Em 2019, antes de fechar com o São Paulo, ele havia negociado, e deixado mais do que encaminhada a sua ida para o Palestra Itália. Só que, na última hora, com tudo acertado, mudou de ideia e foi para o Morumbi.
Essas quatro passagens são amplamente conhecidas por dirigentes dos grandes clubes deste país.
Assim como a decadência técnica do atacante.
O silêncio do Milan é uma grande resposta também.
Por isso, a lógica recomenda que siga no Orlando City.
No fraquíssimo futebol norte-americano, paraíso de veteranos.
No Brasil, o nome de Alexandre Pato não anima dirigentes de grandes clubes.
Há muito tempo…